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"Palpites" na maternidade e o papel da Psicologia Perinatal na construção do discernimento materno

Quando o mundo acha que pode maternar por você

Eu e meu filho mais novo dormindo no sling de argolas (imagem com direitos autorais. Arquivo pessoal)
Eu e meu filho mais novo dormindo no sling de argolas (imagem com direitos autorais. Arquivo pessoal)

Por algumas vezes, vivi situações com pessoas desconhecidas que me fizeram voltar para casa com um misto de sentimentos e muitos pensamentos na cabeça.


Desta vez, eu carregava um dos meus filhos no sling, coladinho em mim, dormindo profundamente. E, de repente, percebi olhares e mãos se voltando para nós. Algumas pessoas se aproximavam querendo tocar, outras só opinar e me corrigir. Diziam que ele devia estar com calor, que parecia apertado ali dentro.

Eu me sentia abismada não só com o nível de intromissão, mas com o quanto o simples ato de maternar em público parece dar ao mundo o direito de nos invalidar. E naquele instante, entendi que proteger meus filhos também significava me proteger dos palpites.

Palpite não é cuidado


Muitas vezes, os palpites chegam sem serem pedidos, carregados de julgamentos e da ideia de “eu fiz assim e deu certo com meus filhos." Eles invadem o espaço da mãe, tiram o fôlego e podem fazer com que ela duvide de si mesma.

Já a opinião, quando vem de um lugar genuíno, surge de outro modo: é compartilhada quando pedimos, com cuidado e carinho, como uma mão amiga oferecendo suporte e não como uma imposição.

O impacto emocional dos palpites


Esses comentários constantes podem gerar insegurança, irritação e até raiva. Para mulheres que já se sentem fragilizadas, podem vir acompanhados de culpa — aquela sensação de não estar dando conta, mesmo quando estão fazendo tudo certo.

É nesse vai-e-vem de emoções que surge a necessidade de construir um lugar interno seguro, onde a mãe possa confiar em seu próprio julgamento.


A importância do apoio psicológico


É aí que a Psicologia Perinatal entra.

Ela oferece psicoeducação e informações qualificadas que ajudam a mulher a compreender suas ambivalências e inseguranças.

Esse apoio permite que a mãe se aproprie da própria maternagem, entenda os benefícios de determinadas práticas e, principalmente, ouça seu próprio coração.

Mesmo em meio aos palpites do mundo, é possível encontrar o centro e descobrir que seguir as próprias intuições não é apenas possível — é o melhor caminho para maternar.


Escutar a si mesma é um ato de amor


Com as informações certas, você pode se proteger e colocar limites aos efeitos dos palpites, aprendendo a diferenciar o que é invasivo do que é cuidado verdadeiro.

Reconhecer essa diferença não é apenas um ato de autoconfiança, mas um gesto de amor por você e pelo seu bebê.


Espero que, ao ler estas palavras, você se reconheça e perceba que não está sozinha e que buscar apoio profissional pode ser um caminho seguro para fortalecer seu discernimento materno.

Que você se permita ouvir, confiar no seu instinto e se posicionar com coragem e carinho, construindo uma maternidade que respeite tanto seus filhos quanto você mesma.


Com carinho, Vânia C.


 
 
 

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