Ambivalência na Gestação e no Puerpério: compreendendo a inundação emocional da maternidade
- Vânia Cristina
- 26 de nov.
- 2 min de leitura

O que é a ambivalência na maternidade
A ambivalência é um sentimento, um movimento psíquico esperado durante a gestação e o puerpério. Não podemos olhar para ela como um erro emocional ou um prejuízo emocional, dada a fase da qual estamos falando: uma verdadeira inundação de emoções que parecem opostas ou controversas.
Quando emoções opostas coexistem
Todos esses sentimentos coexistem e se conversam, se tornando uma forma de expressão de profundidade emocional, de vida emocional ativa.
É importante transformar esta confusão interna em palavras; é importante falar com quem REALMENTE está preparada para escutar.
A sensação de falhar e a reorganização interna
Pode ser que você se sinta confusa ou falhando quando percebe que emoções tão contraditórias estão coexistindo numa montanha-russa interminável. Mas lembre-se que esta confusão de emoções não te torna incapaz de maternar, só demonstra que existe algum medo, certa ansiedade e muito amor dentro de si. Seu psiquismo está se reorganizando diante do desconhecido, diante de uma nova função, uma nova mulher que vai ter tempo para se descobrir e se compreender.
Quando parece sobrevivência, mas é transformação
Muitas vezes você poderá ter a sensação de estar sobrevivendo enquanto, na verdade, é um processo de reorganização que, ao darmos sentido às emoções, se torna uma forma de aliviar a pressão interna. O processo é o de vida-morte-vida: você vai deixar morrer a mulher que existia antes da maternidade para que uma nova mulher, mais complexa e com outras habilidades e novos desejos, floresça.
O propósito das emoções no psiquismo materno
Todas as nossas emoções têm uma função em nosso psiquismo e passam a ser uma dificuldade quando se tornam um peso e começam a gerar muita insegurança e angústia.
Quando a ambivalência deixa de ser saudável
Reconhecer essa passagem, do movimento psíquico saudável para o movimento que começa a adoecer, é o primeiro sinal de que a mulher pode precisar de apoio profissional. Não por fraqueza, mas porque há algo pedindo elaboração.
A clínica como espaço seguro para elaboração emocional
A clínica é um espaço onde você pode existir sem ser medida, corrigida ou moralizada. Um lugar onde sua dor não é diminuída, suas percepções não são deslegitimadas e seus afetos ganham nome sem reducionismos e sem atalhos. Ali, nenhuma emoção é tratada como inadequada e nenhum comportamento vira rótulo.
O que importa é a história que você carrega, com suas camadas familiares, culturais e geracionais, acolhida sem comparação e sem julgamento. É nesse ambiente seguro que o que estava desorganizado finalmente encontra espaço para emergir, fazer sentido e se transformar.
Vânia Cristina




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